Vinte garotos no verão - resenha

Sarah Ockler, 288 páginas, 2014, editora Novo Conceito.

Frankie e Matt são irmãos e, junto com Anna, formam um trio inseparável. Amigos desde a infância, não se desgrudam nunca. Com a chegada da adolescência, os hormônios falam mais alto e Anna se vê apaixonada por Matt. O amor da garota é correpondido e no primeiro beijo dos dois, ela sente que é ao lado de Matt que quer ficar por toda a vida. Mas como contar isso para Frankie, sem que ela surte ou não queira mais ser amiga de Anna? Nos encontros escondidos à noite, o casal planeja a melhor forma de contar a verdade para Frankie, juntos. Tudo sairia perfeitamente como o combinado, mas o destino decide contrariar.

“Então, tudo terminou antes mesmo de começar, não deixando nada para trás além de segredos e corações partidos.”

Peguei para ler “Vinte garotos no verão” exatamente pelo título provocante (?). As primeiras páginas não saem do típico clichê adolescente, mas conforme vamos nos aventurando na leitura, vemos que essa não é, nem de longe, uma trama como qualquer outra. Falando sobre perdas e adaptação, Sarah nos mostra como a vida pode ser dura e, algumas vezes, intragável.

“Na verdade, as coisas não vão embora. Elas se transformam em algo diferente. Algo mais bonito.”

Numa linguagem simples, de uma adolescente comum, acompanhamos seu processo de “readaptação” no mundo. Anna guarda consigo todos os segredos, confusa se pode ou não contá-los aos outros. Sua melhor amiga, Frankie, também desenvolve uma personalidade difícil e a convivência das garotas torna-se densa. Uma leitura simples, mas reflexiva e que pode não agradar a todo mundo, afinal ninguém gosta de um “choque de realidade”.