Louca para Casar {resenha}

Madeleine Wickham (Sophie Kinsella), 348 páginas, editora Record, 2013.

Nas férias de julho (do ano passado) consegui dar uma escapada do frrrrio de SP e viajei para Fortaleza (gente, mas que saudade daquele calorzão de 30° o dia todo!) levando um ótimo amigo: Louca para Casar foi um companheiro e tanto! Espero que gostem da resenha. :)

Prestes a se casar com Simon, o amor de sua vida, Milly está num dilema: Alexander, o fotógrafo, a viu casando dez anos antes em Oxford, com Allan Kepinski, um americano gay (para que ele pudesse viver na Inglaterra junto ao seu parceiro Rupert) e ameaça contar tudo. Milly então, sem ter outra alternativa, pede socorro a sua irmã Isobel e, juntas, praticamente às vésperas do casamento, elas têm de descobrir se Allan deu final aos papéis do divórcio, ou se ela continua casada e noiva de dois caras diferentes!

“Na maioria das vezes nem ela sabia ao certo como se sentia. As emoções geravam matizes em sua mente como cores em uma paleta – algumas duradouras, outras momentâneas, mas todas se misturavam em um embate indivisível.”

     Um enredo conflitante, se me permito dizer. Sou apaixonada por casamentos, então já estava com grandes expectativas sobre esse livro e posso afirmar: ele me surpreendeu muito! Os personagens são maduros e até aqueles que, num primeiro momento, pareceram-me inúteis mostram-se totalmente diferentes e importantes no final. Também aparece aquela polêmica de homossexualismo x religião e um dos personagens vê-se diante difíceis escolhas: continuar com sua família religiosa, mesmo que sob mentiras, ou escolher o caminho da verdade, abdicar de todo o conforto familiar, e revelar sua opção sexual, arcando com todas as consequências.

“Não estava disposto a se arrepender. Não queria ser perdoado. Era um pobre pecador e não se importava com isso.”

Louca para Casar é, acima de tudo, um livro atual que toca na ferida. O leitor é constantemente interrogado e por diversas vezes acaba em cima do muro. Nossas opiniões são questionadas e ficamos sem saber no que acreditar. Gostei muito da escolha dos personagens: Milly é uma garota normal, Isobel (a irmã) é enigmática, Olivia (a mãe) é impulsiva e excêntrica e Simon (o noivo) é inteligente e divertido – ou como diria minha vó: “um verdadeiro partidão”. Uma coisa que me chamou a atenção foi o fato de todos os personagens buscarem a verdade e quererem consertar seus erros. Muito bonito mesmo! ♥

No mais, é um livro divertido, diferente e que, tendo a bigamia e o homossexualismo como assuntos principais, visa provocar os leitores mais conservadores e quebrar tabus estabelecidos pela sociedade. Recomendo muito! ;)