Quem inventou o amor, me explica por favor?

- Um chocolate quente, por favor.
     Após o pedido, ela abaixou a cabeça, abriu seu livro e voltou a ler. Era sempre assim. Todos os dias, ele sentava numa das mesinhas do café, só para esperar e poder vê-la. Seus pedidos eram quase sempre os mesmos: chocolate quente, café com leite, ou cappuccino. Ela gostava de glacê, e de ler livros de amor. Sua torta favorita, já percebera ele, era a de limão. Mas, mesmo sabendo dessas coisas, ele queria saber mais. Queria saber qual sua música favorita, quais filmes ela assistia aos domingos, e qual faculdade fazia. Queria saber também, como conseguia ser sempre tão feliz, mesmo estando sozinha. Queria saber como conseguia esquecer o mundo enquanto lia seus livros, como seu sorriso conseguia iluminar o dia dele. Queria saber o motivo de seus olhos sempre brilharem. Ele queria conhecê-la e assim o fazia, sutilmente, todas as manhãs. Nos gestos, nos olhares, nos sorrisos, ele se apaixonava cada vez mais por aquela menina dos livros, que sequer sabia o nome, mas que tinha cabelos sedosos e uma pureza incrível.
     Por aquela que, durante muito tempo, fora sua inspiração para textos e modelo de suas fotografias escondidas. Sim, ele tinha um acervo de fotos dela, todas coladas na sua parede do quarto. Vários ângulos, vários momentos, vários sentimentos. Ela não sabia que ele existia. Mas ele a amava exatamente por isso: era um amor escondido, secreto, infinito. Ela era o seu amor. Ele viu que o marcador que estava em seu livro, havia escorregado das páginas e pousara no chão. Levantou de sua cadeira e pegou para entregá-la. Junto, num cantinho do marcador, leu:
“Quem inventou o amor, me explica por favor?”. Enquanto ela agradecia e seus dedos se tocaram, ele pôde ver o brilho do seu olhar, mas de pertinho agora. Ela releu e sorriu, tímida. Ele sorriu.
- Por que você sempre está aqui quando peço meu café?
Ele ficou sem-graça, mas não conseguia deixar de respondê-la. Não queria perder a oportunidade.
- Como você percebeu?
- Reparo na sua câmera virada para mim, enquanto leio meus livros. Vejo você escrevendo e, quando sorrio, sinto seu sorriso também. Queria saber seu nome, menino da câmera...
- Menino da câmera seria um bom nome para a menina dos livros, não acha?
Ela sorriu no mais lindo sorriso e brilhou na profundidade dos olhos.
- Posso tirar uma foto sua?
Então o chocolate quente chegou e ela o convidou para acompanhar. Assim, juntos, descobrindo o que era o amor. Não apenas por fotografia, livros ou palavras. O amor deles mesmos. Deles juntos.

13 comentários:

  1. Oie!
    Ai, que fofo! Adorei o texto, super romantico!

    Beijinhos*

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  2. Nada como um lindo texto no dia dos namorados.

    Bjss

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  3. Que lindo! *---*

    Beijokas
    escolhasliterarias.blogspot.com.br

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  4. Nossa que lindo, eu adorei, não esperava um final tão bom assim, me surpreendeu, amei mesmo!

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  5. O título me lembrou a música do legião Urbana "Antes das seis" por sinal também muito linda!

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  6. Olá.
    Ain, que lindinho o texto, adorei, adorei. Até me deu vontade de tomar um café agora UAHSAUSHAUH

    Beijos, Vanessa.
    This Adorable Thing

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  7. Owwn que fofo *--*

    Menino da câmera <3

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  8. Lindo texto, Amanda *~*

    blog-epitaph.blogspot.com

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  9. Oii *-*

    Que conto fofo!
    O primeiro parágrafo foi o que mais gostei, quando você mostra os pensamentos do perosangem de uma forma que transpasse sua admiração pela garota sem que fique bobo.

    Bjss

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  10. Bom dia Amanda,

    Muito lindo o seu texto....você já pode começar a escrever o seu livro....eu apoio...me lembrou uma música do Legião Urbana...quem inventou o amor, me diga por favor...show...parabéns...abçs.


    http://devoradordeletras.blogspot.com.br

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  11. Oi Mands, sério que foi tu que escreveu?! Adorei o texto, o titulo já me cativou, me lembrou do Renato;

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  12. Que texto mais lindo. Foi tu que escreveu? Amei demais. Muito fofo. *-*

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  13. eu amei,muuito fofo, mais não conseguir encontrar ele....que triste :(

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Ei, obrigada! :)

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