Ponto final



Eu gosto de coisas bem explicadas. Branco no branco, preto no preto. Gosto de gente simples que não faz mais jogos do que uma boa (e longa) noite de amor. Gosto de me entrelaçar sabendo que a qualquer momento terei hora pra ser só um. Mas com você, meu bem, foi tudo um caos. Foi trilha sonora no momento da fala, foi imagem sem foco no rolo da câmera. Você, que me pareceu ser o mais tranquilo dos amores, se transformou em turbilhão desconexo no meu peito. Chegou sem pedir licença; se foi sem dizer adeus.

Como sempre, me entreguei sem nem adaptar meus olhos à escuridão. Achei que ali, finalmente, encontrara um lugar pra descansar o corpo e a alma depois de meses conturbados. Grande engano. Desfiz outros amores, te dei feriados, compartilhei minhas músicas preferidas. Pra nada. Pra nem um "a gente tá acabando por isso, me desculpa".

Chegou afagando e sussurrando letras de amor pra depois cravar navalha no peito e deixar sangrar. Se foi feito vento que a gente só sente na hora que passa. Colocou dúvidas na minha cabeça e uma vírgula que hoje sei que é ponto final.

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