Saudade


Sinto falta de um carinho na nuca, de um abraço apertado, de andar de mãos dadas. Sinto falta do seu cheiro em mim, do seu sorriso sincero, de uma mensagem falando que a saudade tá tão grande que transborda nos olhos. Sinto falta do que um dia nós fomos, ou tentamos ser.

São nessas noites mais frias, que o céu se enche de estrelas e o peito de lembranças, nessas mesmas noites em que aquela cobertinha fina parece não esquentar suficientemente o coração, que a saudade entra sem nem pedir licença. A gente até tenta disfarçar com uma colher de doce de leite, com um livro de suspense há tempo esquecido na gaveta, ou com qualquer filme que-não-fale-de-amor e esteja disponível no Netflix. Mas só tenta. Porque não dá.

Não dá pra fingir que o corpo não deseja o toque, não dá pra negar que dormir no peito do outro era tudo o que você precisava; seja pra esquecer aquela semana ruim, seja pra se sentir seguro em algum lugar familiar. A saudade, um dia ouvi dizer, é o que mais dói. Nada que a dor de um joelho ralado possa se comparar. Ultrapassa.

Mas amar é isso: respirar fundo, deitar encolhidinha no canto da cama, jogar um lençol por cima da coberta e esperar pelos dias de sol. Esperar pelo dia que ele vem. Que ele volta.

Mas volta logo, tá?

1 comentários:

  1. Hey, sigo seu blog a um tempo Amanda e gosto muito do que escreve, seu blog é o inverso do meu.... Você prega a teoria do copo meio cheio + eu admiro isso mesmo... Parabéns

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Ei, obrigada! :)

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